A Universidade Comunitária da Zona Oeste. A rede em rede: desafios e conquistas do trabalho participativo

Direitos, comunicação e os desafios do trabalho em rede nos dias atuais foram os principais pontos discutidos no encontro de formação de parceiros organizado pelo Instituto Rio, realizado entre os dias 17 e 19 de março de 2015, na Farmanguinhos, Zona Oeste do Rio de Janeiro. O evento teve como público prioritário a rede de organizações e grupos de base comunitária que integram a Universidade Comunitária da Zona Oeste, e é uma das ações estratégicas vinculadas ao programa de apoio dos 12 projetos selecionados no edital de 2015.

No contexto do encontro de parceiros, foi realizada uma atividade aberta para os grupos e organizações da sociedade civil presentes no território (que integram a rede) que teve a finalidade de instalar um diálogo sobre O papel das organizações comunitárias e os desafios para a construção de uma agenda de Direitos na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A mesa contou com a presença do diretor da Anistia Internacional Brasil, Atila Roque, da coordenadora do Fundo Social Elas, Amalia Fischer, das Blogueiras Negras, Larissa Santiago e Gabi Porfirio e Luiz Vaz, da Casa da Rua do Amor (um dos projetos apoiados neste ano).

“O que mais me interessa neste momento é ouvir, conhecer e reconhecer em cada um de vocês o desejo de trabalhar em rede, de se ver como parte de um processo em construção que só será materializado se o fizermos em conjunto, em parceria e comunhão, com a zona oeste e com o Rio de Janeiro”, destacou Atila Roque, em sua fala inicial.

A partir daí, a conversa foi crescente. Amalia Fischer trouxe contribuições valiosas sobre direitos, gênero e ações políticas. “Estamos aqui hoje, fazendo política, discutindo ações e prática da zona oeste, mas que podem ser referências para todo o país. E isso é bom, é estimulante e o resultado já é o processo: mulheres e homens em diálogo, fortalecidos pelo respeito e pela articulação política desenvolvida nos projetos, nos fazeres cotidianos”.

Tanto as Blogueiras Negras quanto Luiz Vaz permearam suas falas pelas experiências de suas ações. “É uma conquista política muito grande sermos referencias para grupos tão diversos, somos mulheres negras, blogueiras que estamos falando do comum, do cotidiano, o que de certa forma acontece na vida de todos aqui e a preservação e o cuidado com estes lugar de fala é uma ação política de comunicação muito relevante e irreversível”, afirmou Larissa Santiago.

“Eu me emociono com a força do nosso encontro, com a oportunidade de pensarmos uma Universidade realmente aberta como este encontro, uma universidade para além dos muros, dos dogmas. Perceber e vivenciar uma formação plural como esta de hoje nos fortalece enquanto rede, enquanto projeto social, mas principalmente enquanto seres humanos que lutam por uma sociedade, de fato, mas humana e mais justa”, encerrou Luiz Vaz.

O que houve em comum tanto nas falas dos participantes quanto dos expositores foi o fato de que todos coincidiram com a ideia de que o mundo contemporâneo, embora articulado totalmente em rede, opere para afastar os cidadãos. “Todos nós, muitas das vezes, nos envolvemos com os nossos projetos pessoais, com as nossas ações e nos esquecemos de divulgar, de difundir e tornar público e comum nossos processos. A Universidade Comunitária age no sentido inverso, tudo é compartilhado e a ideia é que os projetos, cada vez mais, falem entre si, troquem, se misturem, façam juntos”, reforçou Graciela Hopstein, diretora executiva do Instituto Rio.

            O encontro é o primeiro de uma série de atividades de formação e fortalecimento da Universidade Comunitária que tem a finalidade de promover a construção de um espaço público - aberto e democrático - de acesso e produção de conhecimentos, com a finalidade de contribuir com o processo de desenvolvimento social e comunitário da Zona Oeste do Rio de Janeiro, a partir da instalação de dinâmicas de trabalho cooperativo, alinhadas com as inovações tecnológicas, políticas e sociais, valorizando as experiências, a autonomia e a singularidade dos saberes e fazeres locais.

            Para este ano, estão previstos outros encontros abertos não só aos parceiros da zona oeste, mas a outros interessados em discutir e pensar ações coletivas em rede. Para saber mais, visite o site institucional e o blog da Universidade Comunitária.

 

 

 

 

 

Categoria: 

Web site baseado em Drupal